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" Lívidos de pavor, viram então a cidade ondular, agitar-se numa dança infernal. Palácios, igrejas, casas, cúpulas, torres, moviam-se como uma seara ao vento.
Durante seis minutos intermináveis Lisboa oscilou, rasgou-se, abateu como um castelo de cartas, esmagando homens, mulheres, crianças e animais que, prisioneiros do entulho, não conseguiam escapar.
- Para o Tejo ! - gritou alguém. - Só à beira do rio é possível escapar.
Uma multidão aterrorizada correu para a margem. Mas não tardaram a recuar espavoridos. Uma onda gigante crescia do fundo do oceano. Enorme, escura, renrolou-se no ar e abateu-se sobre a cidade com um fragor inacreditável. "
O Dia do Terramoto
(centrado no Terramoto de Lisboa de 1755)
Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada |